DIA INTERNACIONAL DOS MONUMENTOS E SÍTIOS 2020
Atendendo às contingências provocadas pelo vírus COVID-19, e pelas limitações que esta situação está provocar em todo o mundo.
Passamos a celebrar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, através da partilha de visitas virtuais, exposições virtuais, apresentações, filmes, etc.
Revista Fundição – Abril de 2020
O Património cultural do Barreiro é de Todos
Temas desta edição:
-Editorial
-Património Partilhado: ainda falta andar tanto para aqui chegar
-Posição da Associação Barreiro Património Memória e Futuro face à prevista intervenção na antiga Estação Ferro-Fluvial
-Estação Barreiro-Mar centro interpretativo do Estuário do Tejo
-Património Cultural, Desenvolvimento, Inovação, Coesão Social
-Quinta Braamcamp Lugar de Memórias e Resistência no Barreiro
-As quintas de recreio do estuário do Tejo e a Quinta do Braamcamp
-Alburrica no sistema do estuário do Tejo
-Projecto e programa de requalificação e valorização da estação arqueológica de Coina
-O legado árabe e islâmico no Barreiro: as formas do pão-de-açucar
-Saberes com tempo
O Barreiro velho do passado ao Futuro
No final do século XVIII, o Barreiro era uma pequena povoação de características ribeirinhas. O modesto núcleo habitacional não excedia 600 fogos ou 2500 habitantes. A população era constituída essencialmente por pescadores, moleiros e pequenos artífices. Criada a freguesia em 12 de Fevereiro de 1487 – logo passou a Vila em 1521 – longe ficaram as origens de um lugar, denominado Quinta do Barreiro. Pequeno município da Margem Sul do Tejo, o termo do Barreiro era limitado, quase exclusivamente, ao seu perímetro urbano, cujo alfoz pouco passava de uma légua. Partia a Sul com o Convento da Verderena; a Nascente com terras de Santa Bárbara e o «Chexalinho», a Norte e Poente com o Tejo e o Coina. Da povoação saíam azinhagas e caminhos rurais, que conduziam a terras de cultivo e aos baldios do concelho. A propriedade encontrava-se estruturada em pequenas courelas, onde predominavam os vinhedos, notando-se a ausência de grandes casas fundiárias. As fainas do mar – pesca e exploração de sal – assinalam-se desde a Baixa Idade Média, mas assumem maior relevância, a partir do século XV, a moagem, a construção naval e os mesteres gerados pela Expansão marítima…. Texto: In Livro de Rosalina Carmona – Barreiro O lugar e a História Séculos XIV a XVIII
O Património Ferroviário do Barreiro
A Escolha do Barreiro para terminal da linha do Sul
O ponto de atravessamento do Tejo entre Lisboa e a Margem Sul constituiu, desde o início, um problema central no desenho da rede dos caminhos-de-ferro em Portugal, levando a indefinições entre o Montijo e Barreiro.
A escolha do Barreiro para terminal da linha do Sul e Sueste foi decisiva para o desenvolvimento económico e social local, ao transformar a pequena vila ribeirinha em nó principal da travessia de gentes e mercadoria entre o Norte e o Sul do País.
Fontes Pereira de Melo, depois de ter sido aberto o concurso para a construção do primeiro caminho-de-ferro de Lisboa à fronteira de Espanha (cujas obras se iniciaram a 7 de Maio de 1853, abre outro concurso para a construção da primeira linha ao sul da capital, assentando-se, de início, segundo as bases do contrato aprovado por Carta de Lei de 7 de Agosto de 1854, que essa linha partisse de Aldegalega (actual Montijo), e atingisse Vendas Novas na sua 1.” fase, mas logo o estadista Joaquim António de Aguiar, que muito simpatizava com o Barreiro, onde tinha destacada influência política, insiste junto do Governo da Regeneração, do qual era partidário, no sentido de que o Barreiro fosse a estação terminal do grande melhoramento.
Apesar das dificuldades surgidas, a vontade do notável estadista predominou e, a 26 do mesmo mês e ano, saía um decreto aprovando um contrato adicional, no qual se determinava que ficasse no Barreiro a estação terminus desse caminho de ferro.