Escolha do Barreiro para terminal da linha ao Sul do Tejo
O ponto de atravessamento do Tejo entre Lisboa e a Margem Sul constituiu, desde o início, um problema central no desenho da rede dos caminhos-de-ferro em Portugal, levando a indefinições entre o Montijo e Barreiro.
A escolha do Barreiro para terminal da linha do Sul e Sueste, foi decisiva para o desenvolvimento económico e social local, ao transformar a pequena vila ribeirinha em nó principal da travessia de gentes e mercadorias, entre o Norte e o Sul do País.
Fontes Pereira de Melo, depois de se ter aberto concurso para a construção do primeiro caminho de ferro de Lisboa à fronteira de Espanha (cujas obras se iniciaram a 7 de Maio de 1853), abre outro concurso para a construção da primeira linha ao sul da capital assentando-se, de início, segundo as bases do contrato aprovado por Carta de Lei de 7 de Agosto de 1854, que essa linha partisse de Aldegalega (actual Montijo), e atingisse Vendas Novas na sua 1.” fase mas, desde logo, o estadista Joaquim António de Aguiar que muito simpatizava com o Barreiro, onde tinha destacada influência política, insiste junto do Governo da Regeneração do qual era partidário, no sentido de que o Barreiro fosse a estação terminal do grande melhoramento.
Apesar das dificuldades surgidas, a vontade do notável estadista predominou e, a 26 do mesmo mês e ano, saía um decreto aprovando um contrato adicional, no qual se determinava que ficasse no Barreiro a estação terminus desse caminho de ferro.
“o ponto inicial da via-férrea passava para o Barreiro (com uma eventual ligação por ramal a Aldeia Galega); a alteração ficou a dever-se a motivações técnicas (maior espaço e conveniência para a construção”.
(Os caminhos-de-ferro de Sul e Sueste e o relatório do engenheiro C. F. White (1868) Hugo Silveira Pereira)