O que está em causa no Moinho Pequeno?

Há um certo alarido em relação ao arrasamento do antigo edifício do Moinho Pequeno. Uns são contra e outros a favor. O Executivo Camarário afirma que ele estava em ruína, a Associação Barreiro Património Memória e Futuro defende que a grande maioria do património está em arruinado, e que é por isso que deve ser restaurado, e nunca arrasado como agora o foi.
Se olharmos à nossa volta , por exemplo para os concelhos vizinhos que já restauraram alguns moinhos de maré (casos da Moita, do Montijo e do Seixal), verifica-se que foi realizado um trabalho preparatório cuidadoso por equipas interdisciplinares bem qualificadas e experientes, e que, além disso, a maioria dos edifícios estavam mais, e até muito mais, arruinados do que o estado em que se encontrava o Moinho Pequeno.
Mas, para além disso, o que se reconstituiu foram os antigos moinhos que ficaram aptos a desempenhar as suas antigas funções como moinhos de maré. Ou seja, respeitou-se a sua antiga traça conhecida em último lugar, assim como aquilo que historicamente sempre tinham desempenhado até princípios, ou meados, do século XX. Ou seja, foram verdadeiramente recuperados como património industrial cultural, respeitando-se o seu valor histórico, cultural, educativo, turístico e económico. Enfim, procedeu-se correctamente.
Porque é que no Barreiro se procedeu, e continua a proceder, ao contrário, defendendo-se o arrasamento e a construção de um edifício que desrespeita completamente aqueles valores? O que é que justifica que não se tenha respeitado a orientação nacional e internacional para o restauro do velho edifício?